ESMAVC Radio Station – Brian Eno: Imaginar uma Música que podia ter Existido / Brian Eno: To Imagine Music that could have Existed
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ESMAVC Radio Station – Brian Eno: Imaginar uma Música que podia ter Existido / Brian Eno: To Imagine Music that could have Existed
- Publication date
- 2016
Programa Radiofónico de Duarte Bonniz
A Radio Broadcasting by Duarte Bonniz
Maria Amália Vaz de Carvalho High School
Oficina de Multimédia
Class of Multimedia
Prof. João Soares Santos
O projecto ESMAVC Radio Station consiste na criação de conteúdos áudio digitais que poderão ser escutados através da internet ou transmitidos por outros meios de comunicação. Esses conteúdos são temáticos, congregam textos, locução, sequências musicais, ruídos, efeitos sonoros e silêncio, devidamente organizados consoante a intenção dos alunos. Este material é elaborado na disciplina de Oficina de Multimédia e pode ter qualidades mais experimentalistas e ensaísticas ou atributos mais convencionais. Serão tratados temas da História e Estética da Música, do Cinema, da Literatura, das Artes de Cena ou Plásticas bem como outros assuntos relevantes de outras áreas do conhecimento que os alunos decidam explorar.
Em paralelo realizar-se-ão anúncios publicitários referindo-se a produtos ou serviços absurdos nos quais a montagem sonora final terá um teor cómico, poético ou crítico.
ESMAVC Radio Station goal is the creation of digital audio content that can be heard over the internet or transmitted by other media. These contents are themed, congregate text, locution, musical sequences, noise, sound effects and silence, organized according to the students' motivation. This material is prepared in the class of Multimedia and will have a more experimental and essayistic orientation or a more conventional approach. Themes cover History and Aesthetics of Music, Cinema, Literature, the Performing Arts, Painting, Sculpture, Architecture, as well as alternative issues relevant to other areas of knowledge that students decide to explore.
In parallel the class must create advertisements referring to absurd products or services where the final editing must have a humorous, poetic or critical feature.
- Addeddate
- 2016-03-07 20:25:41
- Identifier
- BrianEnoDuarteBonnizEQ
- Scanner
- Internet Archive HTML5 Uploader 1.6.1
- Year
- 2016
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Subject: Brian Eno: Imaginar uma música que podia ter existido
Eno foi um estudante de Roy Ascott no Ipswich Civic College. Mais tarde, estudou na Colchester School of Art em Essex, Inglaterra, inspirando-se em pinturas Minimalistas. Durante o seu tempo no curso de artes do Colchester Institute, Eno ganhou também experiência a tocar e a fazer música com aulas na escola de música adjacente. Juntou-se à banda Roxy Music no início dos anos 70, tocando sintetizador. O sucesso desta banda no Glam Rock foi rápido, mas Eno depressa se aborreceu de andar frequentemente em digressão e dos conflitos com o vocalista principal Bryan Ferry.
A carreira a solo de Eno explorou muitos estilos musicais experimentais e música ambiente. Foi um pioneiro da música ambiente e da música generativa, um género que, é criado por um software de computador sendo sempre diferente e estando sempre a mudar. Inovou técnicas de produção, dando ênfase à «teoria acima da prática». Eno introduziu também o conceito de Música Aleatória a audiências populares, parcialmente através de colaborações com outros músicos. Também trabalhou como um influente produtor de álbuns e música.
Na década de 70 do século XX, Eno já tinha trabalhado com Robert Fripp nos álbuns «(No Pussyfooting)» de 1973 e «Evening Star» de 1975, com David Bowie em «Low» de 1977, «Heroes» de 1977 e «Lodger» de 1979, produziu o primeiro álbum da banda norte-americana Devo intitulado «Q: Are We Not Men? A: We Are Devo!» de 1978. Produziu e participou em 3 álbuns dos Talking Heads, os quais foram «More Songs About Buildings and Food» de 1978, «Fear of Music» de 1979 e «Remain In Light» de 1980. Produziu sete álbuns para os U2, incluindo «The Joshua Tree» de 1987 e trabalhou em músicas dos James, Laurie Anderson, Coldplay, Paul Simon, Grace Jones, James Blake e Slowdive, entre outros.
Eno, em paralelo com a sua carreira musical, prossegue empreendimentos multimédia, incluindo Instalações e uma coluna regular sobre sociedade e inovação na revista Prospect.
Eno foi educado no St. Joseph’s College, em Ipsiwch, que foi fundado pela ordem católica St John le Baptiste de la Salle, que fez parte do seu nome enquanto estudante lá. Mais tarde, nos estudos superiores, estudou na Winchester School of Art, na Universidade de Southampton, onde foi aluno de Roy Ascott, graduando-se em 1969. Nesta instituição assistiu a uma palestra de Pete Townshend da banda The Who versando sobre o uso de equipamento de gravação analógico por não-músicos, referindo esta palestra como o momento em que percebeu que podia fazer música apesar de saber que não era músico. Na escola, usou um gravador como o seu primeiro instrumento, experimentando com as suas primeiras bandas. Tom Phillips, pintor e seu professor no St Joseph's College, encorajou Eno e fez um trabalho com ele chamado «Piano Tennis», onde arranjaram vários pianos, alinharam-nos numa sala e atiraram bolas de ténis aos pianos. A partir dessa colaboração, Eno envolveu-se na Scratch Orchestra fundada por Cornelius Cardew um criador de música experimental Britânico.
O primeiro registo discográfico no qual Eno participou, foi como uma das vozes na recitação de «The Great Learning», Parágrafo 7, na edição da Deutsche Grammophon de «The Great Learning» de Cornelius Cardew de 1971.
A carreira musical profissional de Eno começou em Londres, como membro da banda de Glam Rock Roxy Music. Inicialmente não aparecia em palco com o resto da banda, ficando nos bastidores a trabalhar na mesa de mistura, processando o som da banda com um sintetizador VCS3, gravadores e usando a voz nas harmonias vocais. Mais tarde começou a aparecer no palco com o resto da banda, normalmente vestido de maneira exuberante. Após ter completado a digressão de promoção ao segundo álbum lançado pelos Roxy Music, «For Your Pleasure», de 1973, Eno abandonou a banda devido a desentendimentos entre si e Bryan Ferry, o vocalista principal e também por se ter aborrecido da vida de estrela de Rock.
Em 1992, descreveu o seu tempo nos Roxy Music como importante para a sua carreira: «Por ter entrado numa estação de metro, conheci Andy Mackay, o saxofonista da banda e juntei-me aos Roxy Music e, como resultado disso, agora tenho uma carreira no mundo da música. Se tivesse andado mais 9 metros na plataforma, se tivesse perdido o metro, ou se estivesse na carruagem a seguir, provavelmente, neste momento, seria professor de arte».
Em paralelo e quase imediatamente, Eno envolveu-se numa carreira a solo. Entre 1973 e 1977, criou quatro álbuns de canções de rock e pop, em grande parte com inflexões electrónicas: «Here Come The Warm Jets» de 1974, «Taking Tiger Mountain (By Strategy)» também de 1974 «Another Green World» de 1975 e «Before and After Science», de 1977, com Phil Collins tocando bateria em algumas músicas, Robert Fripp, e membros dos Roxy Music, Free, Fairport Convention e das bandas alemãs Can e Cluster num estilo pop ambiente.
Durante este período, Eno também tocou em três alturas com Phil Manzanera na banda 801.
Em 1972, Robert Fripp (dos King Crimson) e Eno usaram um sistema de tape-delay, designado como «Frippertronics», e o par lançou um álbum em 1973 chamado «(No Pussyfooting)». A técnica envolvia dois gravadores Revox e foi «emprestada» ao compositor minimalista Terry Riley, cujo semelhante sistema de feedback de tape-delay com um par de gravadores Revox (uma configuração que Riley costumava chamar de «Time Lag Accumulator») foi usado pela primeira vez no primeiro álbum de Riley «Music for The Gift», em 1963. Em 1975, Fripp e Eno lançaram um segundo álbum, «Evening Star» e fizeram vários concertos pela Europa.
Eno foi um proeminente membro da orquestra chamada Portsmouth Sinfonia, na qual os membros não deviam saber tocar instrumentos ou, se soubessem, tinham de tocar um com o qual não estavam familiarizados. Começou a tocar com eles em 1972. No ano seguinte produziu o primeiro álbum dessa orquestra intitulado «The Popular Classics» e, ainda em 1974, produziu o álbum ao vivo «Hallellujah! The Portsmouth Sinfonia Live at the Royal Albert Hall» do seu infamante concerto dado em Maio de 1974. Além de produzir os dois álbuns, Eno tocou clarinete em ambas as gravações. Eno também implantou a famosa secção de cordas dissonantes da orquestra no seu segundo álbum a solo «Taking Tiger Mountain (By Strategy)». A orquestra neste momento incluiu outros músicos cujo trabalho a solo ele ia lançando na sua etiqueta Obscure, incluindo Gavin Bryars e Michael Nyman. Naquele ano, também compôs a música para o álbum experimental «Lady June’s Linguistic Leprosy», com Kevin Ayers, para acompanhar a excêntrica poetisa June Campbell Cramer.
Eno continuou sua carreira através da produção de um maior número de álbuns electrónicos e acústicos, com características ecléticas e cada vez mais com sonoridade ambiente. É mundialmente creditado por cunhar o termo «música ambiente», música de baixo volume projectada para modificar a percepção do ambiente circundante.
Seu primeiro trabalho, «Discreet Music» de 1975, novamente criado através do método de tape-delay, que Eno pôs em diagrama na contracapa do LP, é considerado o álbum de referência do género. Depois seguiu-se a criação e produção de uma série de discos de música ambiente: «Music for Airports [Ambient 1]», de 1978, «The Plateaux of Mirror [Ambient 2]», com Harold Budd, de 1980, «Day of Radiance [Ambient 3]», de 1980, com música criada por Edward Larry Gordon e «On Land [Ambient 4]» de 1982 no qual colaborou Bill Laswell no baixo e Jon Hassell no trompete. Ambient 2 contou com Harold Budd nas teclas e em Ambient 3, Edward Larry Gordon tocou cítara e dulcimer, este último, um instrumento de cordas percutidas. A produção foi sempre de Brian Eno.
Em 1975, Eno tocou como a personagem do lobo numa versão rock do clássico infantil para narrador e orquestra «Pedro e o Lobo» de Sergei Prokofiev. Produzido por Robin Lumley e Jack Lancaster, o álbum contou com Gary Moore, Manfred Mann, Phil Collins, Stephane Grapelli, Chris Spedding, Cozy Powell, Jon Hiseman, Bill Bruford e Alvin Lee. Também em 1975, Eno forneceu sintetizadores e tratamentos no álbum «Quiet Sun’s» ao lado do guitarrista Phil Manzanera, do baterista Charles Hayward, do teclista Dave Jarrett e do baixista Bill MacCormick e contribuiu com canções e voz para o álbum «Diamond Head» de Phil Manzanera.
Em Setembro de 1976, Eno gravou com o grupo de Krautrock alemão Harmonia o álbum «Kosmische Musick» no seu estúdio em Forst,. Este material manteve-se inédito até 1997, lançado com o novo título de «Tracks and Traces».
Eno fundou a editora Obscure Records na Grã-Bretanha em 1975 para lançar obras de compositores menos conhecidos. O primeiro grupo de três lançamentos incluiu a sua própria composição, «Discreet Music» e, o agora famoso, «The Sinking of the Titanic» de Gavin Bryars. Apenas 10 álbuns foram lançados pela Obscure, incluindo obras de John Adams, Christopher Hobbs, Michael Nyman, David Toop, Max Eastley, Jan Steele, Penguin Cafe Orchestra, John White, Tom Phillips, Harold Budd e John Cage. Neste período Eno também esteve associado com artistas do movimento Fluxus.
Em 1980, Eno elaborou a banda sonora para o filme de «Egon Schiele – Excess and Punishment», realizado por Herbert Vesely. A banda sonora em estilo ambiente foi uma escolha invulgar para uma peça histórica, mas funcionou de forma eficaz com os temas do de obsessão sexual e morte.
Colaborou com David Byrne dos Talking Heads em «My Life in the Bush of Ghosts», de 1981, construído a partir de transmissões de rádio que Eno reuniu no tempo em que viveu nos Estados Unidos, em conjunto com amostras de gravações de várias partes do mundo, transpostas sobre música predominantemente inspirada por ritmos do médio Oriente e Africanos.
Em 1983, Eno colaborou com o seu irmão, Roger Eno e Daniel Lanois no álbum «Apollo: Atmospheres and Soundtracks». Muitos dos sons criados neste álbum podem ser ouvidos de novo em álbuns posteriores produzidos por Eno e Lanois. Faixas do álbum também foram incluídas na banda sonora para o filme de Al Reinert, «For All Mankind» de 1989 e, entre outros, «Trainspotting», realizado por Danny Boyle em 1996.
Em 1992 Eno lançou um álbum com ritmos fortemente sincopados chamado «Nerve Net», numa orientação Rock, com contribuições de vários ex-colaboradores, incluindo Robert Fripp, Benmont Tench, Robert Quine e John Paul Jones. Eno também lançou, em 1992, uma obra entitulada «The Shutov Assembly», gravado entre 1985 e 1990. Este álbum abraça a atonalidade e abandona os conceitos mais convencionais de modos, escalas e timbres. Muita da música muda gradualmente e sem foco discernível. A Instrumentação convencional é evitada, excepto os teclados tratados.
Durante os anos 90, Brian Eno manifestou cada vez mais interesse em sistemas musicais auto-gerados. Os resultados foram por si baptizados como música generativa. A premissa básica da música generativa é a mistura de várias faixas musicais independentes, de sons diferentes, duração e, em alguns casos, o silêncio. Quando cada faixa individual termina, começa novamente a misturar-se com as outras faixas, permitindo que o ouvinte ouça uma combinação quase infinita. Num exemplo de música generativa, Eno calculou que seriam necessários quase 10.000 anos para ouvir todas as possibilidades de uma peça individual. Eno apresentou esta música nas suas próprias instalações de arte e música bem como nas de outros artistas, mormente «Music for Prague» de 1998, «I Dormienti» de 1999, «Lightness: Music for the Marble Palace» de 1997, «Music for Civic Recovery Centre» de 2000, «The Quiet Room» de 2013 destinada a doentes internados em hospitais.
Em 1995, produziram o álbum «Original Soundtracks 1». Este, chegou ao número 76 nas tabelas da Billboard e número 12 nas tabelas do Reino Unido. Ele apresentou um single, «Miss Sarajevo», que foi um sucesso, alcançando o 6º lugar no Top 10 do Reino Unido. Nele participou a banda U2 e, na faixa «Miss Sarajevo», o tenor Luciano Pavarotti
Em 1996, Eno compôs a música das seis partes da série de televisiva fantástica «Neverwhere» de Neil Gaiman.
Em 2004, Fripp e Eno gravaram, em colaboração, um outro álbum de música ambiente intitulado «The Equatorial Stars».
Eno regressou à edição em Junho de 2005 com «Another Day on Earth», por muitos considerado o seu primeiro grande álbum desde «Wrong Way Up» de 1990 com John Cale, dando um lugar de destaque à voz. Esta tendência continuou com «Everything That Happens Will Happen Today», de 2008, o segundo feito em parceria com David Byrne.
No final de 2006, lançou «77 Million Paintings», um programa de vídeo generativo e música, especificamente para o PC. Como o próprio título sugere, há uma possível combinação de 77 milhões de pinturas em que o espectador pode ver diferentes combinações de imagens de vídeo preparadas por Eno cada vez que o programa é usado. Da mesma forma, a música que o acompanha é gerada pelo programa de modo que seja quase certo que o ouvinte nunca irá ouvir a mesma combinação duas vezes. A segunda edição do «77 Million Paintings», com melhorias na transição e fusão das imagens e com mais duas camadas de som, foi lançada a 14 de Janeiro de 2008. Em Junho de 2007, quando trabalhou no Yerba Buena Center of the Arts em San Francisco, Califórnia, a artista Annabeth Robinson recriou «77 Million Paintings» no Second Life, um mundo virtual online.
Eno também tem estado activo noutras áreas artísticas. Em Março de 2008, Eno colaborou com o artista plástico italiano Mimmo Paladino numa exposição de obras do mesmo, elaborando o ambiente sonoro no Ara Pacis Augustae, um altar em Roma dedicado à Paz.
Nos anos mais recentes a música de Brian Eno foi usada no cinema, colaborou em álbuns de outros artistas, projectou o som para o vídeo-jogo «Spore». Em 2008, contribuiu com um capítulo do livro «Sound Unbound: Sampling Digital Music and Culture», editado por Paul D. Miller, o qual inclui um áudio CD. Em Junho de 2009, participou no Luminous Festival na Sydney Opera House, a sua primeira aparição ao vivo em muitos anos.
Tem continuado até à data presente a editar, a colaborar e a criar.
Duarte Bonniz
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